domingo, 29 de abril de 2012

Revolução


Mas eu continuei a caminhar, ainda que meus mecanismos implorassem por descanso. E eu vi, eu vi tantos por aí se refazendo por completo, mudando suas cores, suas dinâmicas, tomando formas surpresas. E eu admirava como aqueles encaixes imperfeitos fazia tanto sentido para as peças dessincronizadas , e parava para invejar em menos de um segundo aquele atrito tão desejado, aquelas faíscas que jamais entrariam em combustão por que eram fracas demais pra suportar qualquer coisa.
Mas eu continuei a seguir em frente, sem saber se o defeito era do mundo inteiro, ou apenas do meu par de olhos, que não era vítreo, mas já estava cinza pela falta de sonhos.
E fui também recolhendo engrenagens, quinquilharias e cabos de aço pelo caminho percorrido. Todo esse tempo, esperando a hora certa de me consertar ou criar uma máquina nova e perfeita para minha companhia

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