segunda-feira, 7 de maio de 2012

119


E dos segundos que se passaram
minuciosamente construiu o orgulho
paredes de uma fortaleza
que não era de pedra
que não era de aço

E foram muitos
incontaveis
mais de uma dezena de milhão
ao redor do homem que sem perceber se trancava
numa redoma
que não era de vidro
ainda assim era tão fragil

Quando se sentia sozinho
conversava com as paredes
e esperava a resposta
que logo
logo não vinha

Quando queria chorar
fechava seus olhos
ao invés disso sonhava
fantasias que nem outrora imaginaria

E cento e dezenove dias se foram
sem volta nem arrependimentos
no dia que se sucedeu
a tentação venceu o orgulho

E a fortaleza foi aberta
A esmo estava vulneravel
sem misericórdia alguma
o sol queimou , a noite assustou
e o homem feriu
de novo
de novo

E com sua moradia ao chão
e ao pó
restava ao homem
junto com seu orgulho
reerguer tudo novamente
para nunca mais cair

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